Iporanga (Água Bonita), originariamente localizava-se em um antigo arraial de mineração, distante 6 km de seu atual núcleo urbano, de onde hoje restam alguns vestígios das casas, valas e desvios do ribeirão. Datam de 1556 os primeiros vestígios do homem branco na região, provavelmente exploradores portugueses ou refugiados que aqui aportavam em busca de riquezas e aventuras. Vinte anos mais tarde, Garcia Rodrigues Paes formou uma expedição, navegou Ribeira acima e fundou o Garimpo de Santo Antônio. Com o fim do ouro, a população foi se mudando para onde o Iporanga deságua no Ribeira, a procura um contato mais fácil com o litoral. Ali a nova povoação se dedicou a uma agricultura de subsistência, e a rapadura e o arroz que sobravam eram levados para Iguape, dando início a um pequeno comércio. Em 1821 um mutirão terminou a construção da igreja que até hoje é um marco da cidade, ao lado de um conjunto de casas de taipa e de pau-a-pique ainda existentes. O povoado, apesar de isolado pelas dificuldades de navegação - a Iporanga só chegavam as canoas movidas à vara -, conseguiu uma certa prosperidade e em 1830 foi elevado a Freguesia e depois a Distrito da Paz. Em 1873 obteve autonomia municipal e era um importante elo de ligação entre as vilas do planalto e o litoral. Já em 1950, o chumbo, ouro e a prata geraram muitos empregos e hoje as novas estradas e empresas e o turismo trouxeram um crescimento maior para a cidade. O isolamento que retardou o desenvolvimento de Iporanga foi, no entanto, o maior aliado da preservação histórica de seu centro histórico que hoje é tombado como Património Histórico pelo Condephaat. No último dia do ano acontece a principal festa da cidade- a procissão de Nossa Senhora do Livramento. A imagem da santa numa barca enfeitada desce o Ribeira até o ribeirão Iporanga, de lá segue para a Igreja onde é rezada uma missa seguida de grandes festejos. Há vestígios de ocupação humana de mais de 5.000 anos. Pesquisadores promovem escavações arqueológicas nestas áreas, que tem acesso restrito.