Registro tem início da sua história nos primórdios da colonização do Brasil. Com
a notícia de que havia ouro no Vale do Ribeira de Iguape, passou a receber
aventureiros, piratas e expedições oficiais da coroa. As terras que margeavam o
Ribeira eram as preferidas pelos forasteiros para suas acomodações. Dizem que em
muitos trechos não era preciso nem mesmo o garimpo, era só recolher as pepitas
que cobriam as margens dos rios. Depois de passar alguns dias as jazidas, os
exploradores desciam o rio para pesar e vender o metal. Com o aumento daquele
movimento, as autoridades sentiram necessidade de um controle. Foi montado,
então, um porto de fiscalização onde todos eram obrigados a para. Ali
recolhia-se o quinto, ou seja, a parte do ouro que cabia à coroa de Portugal.
Surgiu então o Porto de Registro de Ouro, com oficial mor mandado pela coroa no
comando, e rapidamente um povoado foi se criando ao seu redor. Muita riqueza
passou por ali e deixou o seu rastro a caminho de Iguape onde o ouro era fundido
e vendido. Mas, já no século XVIII o ouro se escassa espantando os forasteiros
para os lados das Minas Gerais. A casa do fisco é fechado e o Porto de Registro,
já conhecido como Registro passou a ser apenas mais um povoado à margem do Rio
Ribeira. Quando ainda pertencia a Iguape, em 1913, Registro começou a crescer
com a chegada dos primeiros imigrantes japoneses. Nesse mesmo ano era criada em
Tóquio a KKKK – Companhia Ultramarina de Desenvolvimento, com a missão de apoiar
os japoneses que partiam para o Vale do Ribeira. A KKKK foi autorizada a
funcionar no Brasil pelo decreto 13.325, de 11 de dezembro de 1918. Quatro anos
mais tarde inaugurava suas instalações em Registro: um bloco de quatro armazéns,
com mais de dois mil metros quadrados de área, construído à margem do rio, no
estilo arquitetônico da primeira década deste século. Tombado pelo Condephaat em
1987, o prédio da KKKK foi adquirido pela Prefeitura de Registro em 1990 e é
patrimônio histórico da cidade. Com a sua instalação no Brasil, a KKKK recebeu
do governo brasileiro a doação de 16 mil hectares de terra devolutas para
distribuir aos imigrantes japoneses e adquiriu, com recursos próprios, outros
mil hectares para o mesmo fim. Os imigrantes vinham alimentando o sonho de
enriquecimento fácil, mas a realidade encontrada era bem diferente. As terras
que receeram era de baixa fertilidade e exigiam muito trabalho. Ao lado disso,
com o início da 2º Guerra, os colonos japoneses tiveram suas atividades
restringidas no Brasil e o trabalho da KKKK, que os apoiava, foi impedido pelo
governo brasileiro. Com todas essas dificuldades os japoneses conseguiram fazer
a terra frutificar, abriram estradas e promoveram o desenvolvimento da região.
No começo, foram testadas várias culturas como o arroz, café, cana-de-açúcar,
laranja, feijão, fumo, abacaxi, junco, criou-se bicho-da-seda. No entanto, foram
a banana e o chá preto que melhor se adaptaram às condições da região.